10 maio, 2010

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E, de repente, ver que isso não é mais só paixão...É amor. É, depois de anos de convivência, ela ainda se encantar com o jeitinho peculiar que ele tem de pronunciar determinadas palavras; é ele continuar achando uma graça o jeito destrambelhado dela, que esbarra e derruba tudo por onde passa. É ela achar a coisa mais linda do mundo quando ele sorri e fecha mais um olho que o outro; e é ele sempre saber surpreendê-la, mesmo nos gestos mais simples. É ela se preocupar se ele teve tempo de almoçar, em meio à correria do trabalho; é ele continuar achando que ela é a mulher mais linda do mundo, mesmo de cara lavada, despenteada e de pijama velho. E é ambos ouvirem aquela música e ficarem sorrindo à toa, arrepiados, lembrando-se de como tudo começou – e principalmente pensando no quanto são felizes juntos. Apaixonar-se todos os dias pela mesma pessoa é redescobrir o amor em todas as suas formas. É perceber que a rotina não aplacou o desejo, que o friozinho na barriga ainda está lá, que deitar sozinho para dormir faz a semana parecer comprida demais. Se encontrar um amor assim é sorte, destino, merecimento ou obra do acaso, até hoje não houve sábio para afirmar com certeza.
Mas, admitamos uma verdade universal: é uma das melhores coisas da vida – senão a melhor.

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