04 julho, 2009

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"Nunca tenha medo de tentar algo novo.
Lembre-se os amadores construiram a arca...
Profissionais construiram o Titanic".

O Espelho - Uma História de Amor

Renato viu uma senhora com o carro parado no acostamento.
Chovia forte e era noite.
Percebendo que ela precisava de ajuda e estava com medo, parou e aproximou-se dizendo:
" Vou ajudar, não se preocupe. Pode esperar no carro, onde está quente. Meu nome é Renato". Era apenas um pneu furado, mas, para a idosa senhora, era ruím o bastante.
Enquanto Renato terminava de apertar as porcas, ela abriu a janela e puxou conversa.
Disse que estava de passagem e que não sabia como agradecer.
Perguntou quanto devia, mas Renato não pensava em dinheiro.
Queria simplesmente ajudar.
E respondeu: " Se quiser me pagar, ao encontrar alguém que precise, ajude". Quilômetros adiante, a senhora entrou em um restaurante.
A garçonete trouxe-lhe uma toalha para secar o cabelo, com um doce sorriso.
Ela estava com quase oito meses de gravidez, mas não deixou as dores mudarem sua atitude. Nesse momento,a senhora lembrou-se de Renato.
Após a refeição, enquanto a garçonete buscava o troco, a senhora saiu.
Ao voltar, a garçonete notou apenas um guardanapo com algo escrito, junto a quatro notas de cem reais. Chorou ao ler.
" Você não me deve nada, já tenho o bastante. Aguém me ajudou hoje e , da mesma forma, estou lhe ajudando. Se quiser me reembolsar, não deixe este círculo de amor terminar, ajude alguém".
À noite, a garçonete foi para casa cansada e deitou-se.
Seu marido já dormia; ela pensou no dinheiro e no bilhete.
Como aquela senhora soube o quanto eles precisavam daquele dinheiro?
Com o bebê para nascer, estava difícil!
Sorriu, agradeceu a Deus, virou-se para o marido, deu-lhe um beijo macio e sussurrou:
"Tudo ficará bem! Eu amo você,Renato!".
A vida é assim: um espelho!
Tudo o que você transmite volta para você.

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"Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o que,
com freqüência,
poderíamos ganhar,
por simples medo de arriscar. " Shakespeare

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"Ousar é perder o equilíbrio momentaneamente.
Não ousar é perde-se definitivamente." Soren Kierkegaard (filósofo)

Aprendendo a dizer não

Quando Angela tinha apenas dois ou três anos, seus pais a ensinaram a nunca dizer NÃO.
Ela devia concordar com tudo o que eles falassem, pois, do contrário, era uma palmada e cama.
Assim, Angela tornou-se uma criança dócil, obediente, que nunca se zangava.
Repartia suas coisas com os outros, era responsável, não brigava, obedecia a todas as regras, e para ela os pais estavam sempre certos.
A maioria dos professores valorizava muito essas qualidades, porém os mais sensíveis se perguntavam como Angela se sentia por dentro.
Ângela cresceu cercada de amigos que gostavam dela por causa de sua meiguice e de sua extrema prestatividade: mesmo que tivesse algum problema, ela nunca se recusava a ajudar os outros.
Aos trinta e três anos, Angela estava casada com um advogado e vivia com sua família numa casa confortável.
Tinha dois lindos filhos e, quando alguém lhe perguntava como se sentia, ela sempre respondia: "Está tudo bem."
Mas, numa noite de inverno, perto do Natal, Angela não conseguiu pegar no sono, a cabeça tomada por terríveis pensamentos.
De repente, sem saber o motivo, ela se surpreendeu desejando com tal intensidade que sua vida acabasse, que chegou a pedir a Deus que a levasse.
Então ela ouviu, vinda do fundo do seu coração, uma voz serena que, baixinho, disse apenas uma palavra: NÃO.
Naquele momento, Angela soube exatamente o que devia fazer.
E eis o que ela passou a dizer àqueles a quem mais amava:
Não, não quero.
Não, não concordo.
Não, faça você.
Não, isso não serve pra mim.
Não, eu quero outra coisa.
Não, isso doeu muito.
Não, estou cansada.
Não, estou ocupada.
Não, prefiro outra coisa.
Sua família sofreu um impacto, seus amigos reagiram com surpresa.
Ângela era outra pessoa, notava-se isso nos seus olhos, na sua postura, na forma serena mas afirmativa com que passou a expressar o seu desejo.
Levou tempo para que Angela incorporasse o direito de dizer NÃO à sua vida.
Mas a mudança que se operou nela contagiou sua família e seus amigos.
O marido, a princípio chocado, foi descobrindo na sua mulher uma pessoa interessante, original, e não uma mera extensão dele mesmo.
Os filhos passaram a aprender com a mãe o direito do próprio desejo.
E os amigos que de fato amavam Angela, embora muitas vezes desconcertados, se alegraram com a transformação.
À medida que Angela foi se tornando mais capaz de dizer NÃO, as mudanças se ampliaram. Agora ela tem muito mais consciência de si mesma, dos seus sentimentos, talentos, necessidades e objetivos.
Trabalha, administra seu próprio dinheiro, e nas eleições escolhe seus candidatos.
Muitas vezes ela fala com seus filhos:
"Cada pessoa é diferente das outras e é bom a gente descobrir como cada um é.
O importante é dizer o que você quer e ouvir o desejo do outro, dizer a sua opinião e ouvir o que o outro acha.
Só assim podemos aprender e crescer.
Só assim podemos ser felizes."
Barbara K. Bassett

O zelador da fonte

Fonte Pictures, Images and Photos

Conta uma lenda austríaca que em determinado povoado havia um pacato habitante da floresta que foi contratado pelo conselho municipal para cuidar das piscinas que guarneciam a fonte de água da comunidade.
O cavalheiro com silenciosa regularidade, inspecionava as colinas, retirava folhas e galhos secos, limpava o limo que poderia contaminar o fluxo da corrente de água fresca.
Ninguém lhe observava as longas horas de caminhada ao redor das colinas, nem o esforço para a retirada de entulhos.
Aos poucos, o povoado começou a atrair turistas.
Cisnes graciosos passaram a nadar pela água cristalina.
Rodas dágua de várias empresas da região começaram a girar dia e noite.
As plantações eram naturalmente irrigadas, a paisagem vista dos restaurantes era de uma beleza extraordinária.
Os anos foram passando.
Certo dia, o conselho da cidade se reuniu, como fazia semestralmente.
Um dos membros do conselho resolveu inspecionar o orçamento e colocou os olhos no salário pago ao zelador da fonte.
De imediato, alertou aos demais e fez um longo discurso a respeito de como aquele velho estava sendo pago há anos, pela cidade.
E para quê?
O que é que ele fazia, afinal?
Era um estranho guarda da reserva florestal, sem utilidade alguma.
Seu discurso a todos convenceu.
O conselho municipal dispensou o trabalho do zelador.
Nas semanas seguintes, nada de novo.
Mas no outono, as árvores começaram a perder as folhas.
Pequenos galhos caíam nas piscinas formadas pelas nascentes.
Certa tarde, alguém notou uma coloração meio amarelada na fonte.
Dois dias depois, a água estava escura.
Mais uma semana e uma película de lodo cobria toda a superfície ao longo das margens.
Os cisnes emigraram para outras bandas.
As rodas dágua começaram a girar lentamente, depois pararam.
Os turistas abandonaram o local.
A enfermidade chegou ao povoado..
O conselho municipal tornou a se reunir, em sessão extraordinária e reconheceu o erro grosseiro cometido.
Imediatamente, tratou de novamente contratar o zelador da fonte.
Algumas semanas depois, as águas do autêntico rio da vida começaram a clarear.
As rodas dágua voltaram a funcionar.
Voltaram os cisnes e a vida foi retomando seu curso.
Assim como o conselho municipal da pequena cidade, somos muitos de nós que não consideramos determinados servidores.
Aqueles que se desdobram todos os dias para que o pão chegue à nossa mesa, o mercado tenha as prateleiras abarrotadas.
Que os corredores do hospital e da escola se mantenham limpos.
Há quem limpe as ruas, recolha o lixo, dirija o ônibus, abra os portões da empresa.
Servidores anônimos.
Quase sempre passamos por eles sem vê-los.
Mas, sem seu trabalho o nosso não poderia ser realizado ou a vida seria inviável.
O mundo é uma gigantesca empresa, onde cada um tem uma tarefa específica, mas indispensável.
Se alguém não executar o seu papel, o todo perecerá.
Dependemos uns dos outros.
Para viver, para trabalhar, para sermos felizes!