26 junho, 2010

O Movimento da Vida

Eu não sei se a vida é que vai rápida demais ou se sou eu que estou mais lento.
O que sei é que ando me atropelando nos próprios passos. Eu resolvi desacelerar.
Eu vou no rítmo que posso. Não é fácil.
É sabedoria que requer aprendizado!
Eu quero aprender. O descompasso é a causa de todo cansaço.
O corpo é rápido, mas o coração não.
O corpo anda no compasso da agenda.
O coração anda é no compasso do amor miúdo.
O corpo sobrevive de andares largos.
O coração sobrevive de pequenos passos e de demoras.
Eu já fui e voltei a inúmeros lugares e o coração nem saiu do lugar. O mistério é saber reconciliar as partes.
Conciliar um ritmo que seja bom para os dois. Eu quero aprender.
Não quero o martírio antes da hora.
Quero é o direito de saborear o tempo como se fosse um menino que perdeu a pressa.
O show?
Ah, deixa pra depois.
A voz não morrerá.
Acendemos as luzes noutra hora.
Deixe que o padre viva a penumbra de algumas poucas velas...
Um padre combina mais com uma vela acesa que com um canhão de luz. Há momentos em que a luz miúda nos revela muito mais que mil holofotes. Chega de vida complicada.
Eu preciso é de simplicidade!

...

"O primeiro amor passou, O segundo amor passou, O terceiro amor passou, Mas o coração continua”. (Drummond)

Quero ser criança sempre...

Não falo de ser pequenina para sempre como o Peter Pan queria, falo de manter meu lado criança sempre vivo. E gostaria tanto de ver mais pessoas buscando a criança que há em si. Veriam tantas coisas belas, nas coisas mais simples que se pode imaginar. Lembrei-me do Príncipe, aquele pequenino.
Um Pequeno Príncipe que tanto me mostrou como é chato um mundo cheio de atitudes de "gente grande". Sábio Pequeno Príncipe de St. Exupéry

A vida?

"Tenha felicidade bastante para fazê-la doce. Dificuldades para fazê-la forte. Tristeza para fazê-la humana. E esperança suficiente para fazê-la feliz." (Clarice Linspector)

...

"O amor é quando a gente mora um no outro". Mário Quintana

Exagerada toda a vida

Minhas paixões são ardentes;
minhas dores de cotovelo, de querer morrer;
louca do tipo desvairada;
briguenta de tô de mal pra sempre;
durmo treze horas seguidas;
meus amigos são semi-irmãos;
meus amores são sempre eternos e meus dramas, mexicanos! (Clarice Lispector)

...

"O vento é o mesmo.
Mas sua resposta é diferente em cada folha. " Cecília Meireles

...

''E eu compreendi que não podia suportar a idéia de nunca mais escutar esse riso.
Ele era para mim como uma fonte no deserto.'' O Pequeno Príncipe Antoine de Saint-Exupéry

...

''Sorte é isto... Merecer e ter.'' (Guimarães Rosa)

...

"Cuide-se como se você fosse de ouro,
ponha-se você mesmo de vez em quando numa redoma e poupe-se." Clarice Lispector

...

"Às vezes o amor que se dá pesa,
quase como uma responsabilidade na pessoa que o recebe.
Eu tenho essa tendência geral para exagerar,
e resolvi tentar não exigir dos outros senão o mínimo. É uma forma de paz…” Clarice Lispector

...

Sentir primeiro, pensar depois, Perdoar primeiro, julgar depois, Amar primeiro, educar depois, Esquecer primeiro, aprender depois, Libertar primeiro, ensinar depois, Alimentar primeiro, cantar depois, Possuir primeiro, contemplar depois, Agir primeiro, julgar depois, Navegar primeiro, aportar depois, Viver primeiro, morrer depois... Mario Quintana

...

“Mas nem sempre é necessário tornar-se forte. Temos que respirar nossas fraquezas.” Clarice Lispector

Desistir?

Eu já pensei seriamente nisso, mas nunca me levei realmente a sério. É que tem mais chão nos meus olhos do que cansaço nas minhas pernas, mais esperança nos meus passos do que tristeza nos meus ombros, mais estrada no meu coração do que medo na minha cabeça. Cora Coralina

...

Você pode até dizer que não entendeu o que eu disse. Mas jamais poderá dizer que não entendeu como eu te olhei.

...

"A palavra amor anda vazia. Não tem gente dentro dela." Manoel de Barros

Só é amor se for assim....

“Eu só sei que amo verdadeiramente depois de ter esbarrado nas imperfeições do outro, depois de ter conhecido sua pior faceta e mesmo assim continuar reconhecendo-a como parte a que não posso renunciar.
Só o amor me faz conviver com o precário da vida, com a indigência humana”

...

“Trago no olhar visões extraordinárias, de coisas que abracei de olhos fechados…” Florbela Espanca

...

Ele disse: não chore que chorar enfraquece... Eu disse: mas às vezes é como a chuva que se precisa quando tem estiagem demais e tudo fica muito seco! Clarice Lispector

...

Bendito quem inventou o belo truque do calendário , pois o bom da segunda-feira , do dia 1º do mês e de cada ano novo, é que nos dão a impressão de que a vida não continua , mas apenas recomeça ... Mário Quintana

...

"Fiquei alegre também,
choro quando choram perto de mim, mas se começam a voar, saio voando junto." Lygia Fagundes Telles

...

"Não desejo encontrar Alguém que me Complete, é pouco...mas que me Transborde!" Fabrício Carpinejar

...

Você é quem decide o que vai ser eterno em você... no seu coração. Deus nos dá o dom de eternizar em nós o que vale a pena, e esquecer definitivamente aquilo que não vale... Padre Fábio de Melo

...

"Se depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia, não há nada mais simples!
Tem só duas datas, a da minha nascença e a da minha morte.
Entre uma e outra coisa todos os dias são meus." Alberto Caeiro

Convivência

Durante uma era glacial, muito remota, quando parte do globo terrestre esteve coberto por densas camadas de gelo, muitos animais não resistiram ao frio intenso e morreram indefesos, por não se adaptarem às condições do clima hostil.
Foi então que uma grande manada de porcos-espinhos, numa tentativa de se proteger e sobreviver, começou a se unir, a juntar-se mais e mais.
Assim, cada um podia sentir o calor do corpo do outro. E todos juntos, bem unidos, agasalhavam-se mutuamente, aqueciam-se, enfrentando por mais tempo aquele inverno tenebroso. Porém, vida ingrata, os espinhos de cada um começaram a ferir os companheiros mais próximos, justamente aqueles que lhes forneciam mais calor, aquele calor vital, questão de vida ou morte.
E afastaram-se, feridos, magoados, sofridos.
Dispersaram-se, por não suportarem mais tempo os espinhos dos seus semelhantes.
Doíam muito... Mas, essa não foi a melhor solução: afastados, separados, logo começaram a morrer congelados.
Os que não morreram voltaram a se aproximar pouco a pouco, com jeito, com precauções, de tal forma que, unidos, cada qual conservava uma certa distância do outro, mínima, mas o suficiente para conviver sem ferir, para sobreviver sem magoar, sem causar danos recíprocos. Assim suportaram-se, resistindo à longa era glacial, Sobreviveram... É fácil trocar as palavras... difícil é interpretar os silêncios! É fácil caminhar lado a lado.... difícil é saber como se encontrar! É fácil beijar o rosto... difícil é chegar ao coração! É fácil apertar as mãos... difícil é reter seu calor! É fácil sentir o amor... difícil é conter a sua torrente!

Deus não existe?

Um homem foi ao barbeiro para cortar o cabelo como ele sempre fazia. Ele começou a conversar com o barbeiro sobre vários assuntos.
Conversa vai, conversa vem, eles começaram a falar sobre Deus. O barbeiro disse: - Eu não acredito que Deus exista como você diz. - Por que você diz isto? – perguntou o cliente. - Bem, é muito simples. Você só precisa sair à rua para ver que Deus não existe. Se Deus existisse, você acha que existiriam tantas pessoas doentes?
Existiriam crianças abandonadas?
Se Deus existisse, não haveria dor ou sofrimento.
Eu não consigo imaginar um Deus que permite todas essas coisas. O cliente pensou por um momento, mas ele não quis dar uma resposta, para prevenir uma discussão.
O barbeiro terminou o trabalho e o cliente saiu. Neste momento, ele viu um homem na rua com barba e cabelos longos.
Parecia que já fazia um bom tempo que ele não cortava o cabelo ou fazia a barba e ele parecia bem sujo e arrepiado. Então o cliente voltou para a barbearia e disse: - Sabe de uma coisa?
Os barbeiros não existem! -Como assim eles não existem? ... perguntou o barbeiro. Eu sou um. - Não! – exclamou o cliente. Eles não existem, pois se eles existissem não haveriam pessoas com barba e cabelos longos como aquele homem que está ali na rua. - Ah, mas os barbeiros existem, o que acontece é que as pessoas não me procuram, e isso é uma opção delas. - Exatamente! – afirmou o cliente.
É justamente isso...
Deus existe, o que acontece é que as pessoas não o procuram, pois é uma opção delas e é por isso que há tanta dor e sofrimento no mundo.
''Deus não prometeu dias sem dor; risos sem sofrimentos; sol sem chuva.
Ele prometeu força para o dia; conforto para as lágrimas e Luz para o Caminho…”

...

''Podemos escolher o que semear, mas somos obrigados a colher aquilo que semeamos.'' Provérbio Chinês

Oito Bons Presentes Que Não Custam Nada...

O PRESENTE ESCUTAR... Mas você deve realmente escutar sem interrupção, sem distração, sem planejar sua resposta. Apenas escutar... O PRESENTE AFEIÇÃO... Seja generoso com abraços, beijos, tapinhas nas costas e aperto de mãos.
Deixe estas pequenas ações demonstrarem o amor que você tem por família e amigos. O PRESENTE SORRISO.... Junte alguns desenhos, compartilhe artigos e histórias engraçadas.
Seu presente será dizer, "Eu adoro rir com você." O PRESENTE BILHETINHO... Pode ser um simples bilhete de "Muito obrigado por sua ajuda" ou um soneto completo.
Um breve bilhete escrito à mão pode ser lembrado pelo resto da vida, e pode mesmo mudar uma vida. O PRESENTE ELOGIO... Um simples e sincero, "Você ficou muito bem de vermelho", "Você fez um super trabalho" ou "Que comida maravilhosa" faz o dia de alguém. O PRESENTE FAVOR... Todo dia, faça algo amável. O PRESENTE SOLIDÃO... Tem momentos em que nós não queremos nada mais do que ficar sozinhos.
Seja sensível à esses momentos e dê o presente da solidão ao outro. O PRESENTE DISPOSIÇÃO... A maneira mais fácil de sentir-se bem é colocar-se à disposição de alguém, e isso não é difícil de ser feito.

Julgar é Fácil

Eram dois casais vizinhos, muito amigos, com 2 filhos cada. O primeiro vizinho comprou um coelhinho para os filhos.
E, claro, coisas de criança, como os seus vizinhos compraram um animal, as outras também queriam um para a sua casa, então o pai resolveu comprar um cãozinho pequeno, um pastor alemão. Assim que o primeiro vizinho se apercebeu de que animal o outro amigo tinha comprado, muito preocupado foi logo falar com ele: - Mas, António, este cão vai comer o nosso coelho e os nossos filhos vão ficar muito tristes, só vais arranjar problemas com isso. - Não, não acredito, tenho a certeza que não. Imagina.
O meu pastor alemão é ainda bebé pequeno, como o teu coelhinho.
Vais ver que eles vão crescer juntos, e afeiam-se logo de pequenos um ao outro, confia em mim... E parece que o António tinha razão.
Juntos cresceram e amigos ficaram. Era normal ver o coelho no quintal do cão e vice-versa. Eis que o João, dono do coelho, foi passar um fim-de-semana na praia com a família, e não levou o coelho consigo, como era habitual.
No Domingo à tarde, quando a família do António estava a comer um lanche digno de Domingo, entra o pastor alemão na cozinha.
Toda a família quase paralisou quando viu que o cão, de cabeça em baixo, olhos semi-serrados e tristes, trazia o coelho entre os dentes todo imundo, arrebentado, cheio de terra e, é claro, morto. Após este cenário, o dono furioso, quase matou o cão de tanta agredi-lo e, como bom amigo do homem que este animal sempre é, foi para o quintal a ganir e lamber as suas feridas, sem se voltar contra o dono. Este, o António, estava agora preocupado com que o João lhe tinha dito, pois ele estava certo – E agora? Só podia dar nisso! Como eu fui burro! Dizia ele.
– Já pensaram como vão ficar as crianças? Continuou. Não se sabe exactamente quem teve a ideia, mas parecia infalível: Vamos lavar o coelho, deixá-lo limpinho, depois vamos seca-lo com o secador e o coloca-lo de novo na sua casinha.
E assim fizeram. Até perfume colocaram no animalzinho.
Ficou lindo, parecia vivo, diziam as crianças. No final do dia, pela tardinha, ainda o sol brilhava, chegaram os vizinhos.
Logo depois ouvem-se os gritos das suas crianças. – Descobriram! Não passaram cinco minutos, e o João veio bater à porta, assustado.
Parecia que tinha visto um fantasma. - O que foi? Que cara é essa João? Deixa-me tentar explicar!
Disse o António a gaguejar, receando já o pior. - O coelho, o coelho. Diz o outro. - Pois o coelho!... António não sabia como começar, pois eram muitos anos de amizade. - Morreu! Disse o João que continuou a falar - Morreu na sexta-feira!
Foi antes de viajarmos, as crianças o enterraram no fundo do quintal e agora reapareceu na sua casinha… não quisemos dizer nada antes de termos partido para a praia para não vos entristecer durante este fim-de-semana… A história termina aqui.... o que aconteceu depois não importa. Mas a grande personagem desta história é o cão, imaginem o coitado, desde sexta-feira a procurar em vão pelo seu amigo de infância.
Depois de muito farejar, descobre o corpo morto e enterrado.
O que faz ele...
Provavelmente levado pelo seu instinto, desenterra o amigo e vai mostra-lo aos seus donos, imaginando fazer ressuscitá-lo. O ser humano, no entanto, continua o mesmo, sempre a julgar os outros... Outra lição que podemos tirar desta história é que o homem tem a tendência de julgar os factos sem antes verificar o que de facto aconteceu. Quantas vezes tiramos conclusões erradas das situações.
Achando-nos donos da verdade?
Histórias como esta são para pensarmos bem nas atitudes que tomamos.
"A vida tem quatro sentidos: amar, sofrer, lutar e vencer"...
Então...
AME muito,
SOFRA pouco,
LUTE bastante
E VENÇA sempre que possível...
Mas não julgue diante da primeira impressão, visão ou do primeiro comentário...

Prá Nunca Mais Chorar...

Passava do meio dia, o cheiro de pão quente invadia aquela rua, um sol escaldante convidava a todos para um refresco. Ricardinho não agüentou o cheiro bom do pão e falou: - Pai, tô com fome! O pai, Agenor, sem ter um tostão no bolso, caminhando desde muito cedo em busca de um trabalho, olha com os olhos marejados para o filho e pede mais um pouco de paciência... - Mas pai, desde ontem não comemos nada, eu tô com muita fome, pai! Envergonhado, triste e humilhado em seu coração de pai, Agenor pede para o filho aguardar na calçada enquanto entra na Padaria a sua frente.
Ao entrar dirige-se a um homem no balcão: - Meu senhor, estou com meu filho de apenas 6 anos na porta, com muita fome.
Não tenho nenhum tostão, pois sai cedo para buscar um emprego e nada encontrei.
Eu lhe peço que em nome de Jesus me forneça um pão para que eu possa matar a fome desse menino, em troca posso varrer o chão de seu estabelecimento, lavar os pratos e copos,ou outro serviço que o Senhor precisar. Amaro, o dono da Padaria estranha aquele homem de semblante calmo e sofrido, pedir comida em troca de trabalho e pede para que ele chame o filho. Agenor pega o filho pela mão e apresenta-o a Amaro, que imediatamente pede que os dois sentem-se junto ao balcão, onde manda servir dois pratos de comida do famoso PF (Prato Feito) - arroz, feijão, bife e ovo. Para Ricardinho era um sonho, comer após tantas horas na rua.
Para Agenor, uma dor a mais, já que comer aquela comida maravilhosa fazia-o lembrar-se da esposa e mais dois filhos que ficaram em casa apenas com um punhado de fubá.
Grossas lágrimas desciam dos seus olhos já na primeira garfada. A satisfação de ver seu filho devorando aquele prato simples como se fosse um manjar dos deuses, e a lembrança de sua pequena família em casa, foi demais para seu coração tão cansado de mais de 2 anos de desemprego, humilhações e necessidades. Amaro se aproxima de Agenor e percebendo a sua emoção, brinca para relaxar: - O Maria! Sua comida deve estar muito ruim! Olha o meu amigo está até chorando de tristeza desse bife, será que é sola de sapato...? Imediatamente, Agenor sorri e diz que nunca comeu comida tão apetitosa, e que agradecia a Deus por ter esse prazer. Amaro pede então que ele sossegue seu coração, que almoçasse em paz e depois conversariam sobre trabalho. Mais confiante, Agenor enxuga as lágrimas e começa a almoçar, já que sua fome já estava nas costas.
Após o almoço, Amaro convida Agenor para uma conversa nos fundos da Padaria, onde havia um pequeno escritório. Agenor conta então que há mais de 2 anos havia perdido o emprego e desde então, sem uma especialidade profissional, sem estudos, ele estava vivendo de pequenos "biscates aqui e acolá", mas que há 2 meses não recebia nada. Amaro resolve então contratar Agenor para serviços gerais na Padaria,e penalizado, faz para o homem uma cesta básica com alimentos para pelo menos 15 dias. Agenor com lágrimas nos olhos agradece a confiança daquele homem e marca para o dia seguinte seu início no trabalho. Ao chegar em casa com toda aquela "fartura", Agenor é um novo homem - sentia esperanças, sentia que sua vida iria tomar novo impulso.
Deus estava lhe abrindo mais do que uma porta, era toda uma esperança de dias melhores. No dia seguinte, às 5 da manhã, Agenor estava na porta da Padaria ansioso para iniciar seu novo trabalho. Amaro chega logo em seguida e sorri para aquele homem que nem ele sabia porque estava ajudando. Tinham a mesma idade, 32 anos, e histórias diferentes, mas algo dentro dele chamava-o para ajudar aquela pessoa. E, ele não se enganou - durante um ano, Agenor foi o mais dedicado trabalhador daquele estabelecimento, sempre honesto e extremamente zeloso com seus deveres. Um dia, Amaro chama Agenor para uma conversa e fala da escola que abriu vagas para a alfabetização de adultos um quarteirão acima da Padaria, e que ele fazia questão que Agenor fosse estudar.
Agenor nunca esqueceu seu primeiro dia de aula: a mão trêmula nas primeiras letras e a emoção da primeira carta... Doze anos se passam desde aquele primeiro dia de aula. Vamos encontrar o Dr. Agenor Baptista de Medeiros, advogado, abrindo seu escritório para seu cliente, e depois outro, e depois mais outro.Ao meio dia ele desce para um café na Padaria do amigo Amaro, que fica impressionado em ver o "antigo funcionário" tão elegante em seu primeiro terno. Mais dez anos se passam, e agora o Dr. Agenor Baptista, já com uma clientela que mistura os mais necessitados que não podem pagar, e os mais abastados que o pagam muito bem, resolve criar uma Instituição que oferece aos desvalidos da sorte, que andam pelas ruas, pessoas desempregadas e carentes de todos os tipos, um prato de comida diariamente na hora do almoço, mais de 200 refeições eram servidas naquele lugar que é administrado pelo seu filho, o agora nutricionista Ricardo Baptista. Tudo mudou, tudo passou, mas a amizade daqueles dois homens, Amaro e Agenor impressionava a todos que conheciam um pouco da história de cada um, contam que aos 82 anos os dois faleceram no mesmo dia, quase que a mesma hora,morrendo placidamente com um sorriso de dever cumprido. Ricardinho, o filho mandou gravar na frente da "Casa do Caminho", que seu pai fundou com tanto carinho:
"Um dia eu tive fome, e você me alimentou.
Um dia eu estava sem esperanças e você me deu um caminho.
Um dia acordei sozinho, e você me deu Deus, e isso não tem preço.
Que Deus habite em seu coração e alimente sua alma...
E, que te sobre o pão da misericórdia para estender a quem precisar."
Paulo Roberto Gaefke

Lenda Judáica

Deus convidou um Rabino para conhecer o céu e o inferno. Ao abrirem a porta do inferno, viram uma sala em cujo centro havia um caldeirão onde se cozinhava uma suculenta sopa. Em volta dela, estavam sentadas pessoas famintas e desesperadas. Cada uma delas segurava uma colher de cabo tão comprido que lhe permitia alcançar o caldeirão, mas não suas próprias bocas. O sofrimento era imenso. Em seguida, Deus levou o Rabino para conhecer o céu. Entraram em uma sala idêntica à primeira: havia o mesmo caldeirão, as pessoas em volta, as colheres de cabo comprido. A diferença é que todos estavam saciados. "Eu não compreendo", disse o Rabino. "Por que aqui as pessoas estão felizes, enquanto na outra sala morrem de aflição, se é tudo igual?". Deus sorriu e respondeu:
"Você não percebeu? É porque aqui eles aprenderam a dar comida uns aos outros."