25 julho, 2009
A História do Ernani
Certa vez, trabalhei em uma pequena empresa de Engenharia.
Foi lá que fiquei conhecendo um rapaz chamado Mauro.
Ele era grandalhão e gostava de fazer brincadeiras com os outros, sempre pregando pequenas peças.
Havia também o Ernani, que era um pouco mais velho que o resto do grupo.
Sempre quieto, inofensivo, à parte, Ernani costumava comer o seu lanche sozinho, num canto da sala.
Ele não participava das brincadeiras que fazíamos após o almoço, sendo
que, ao terminar a refeição, sempre sentava sozinho debaixo de uma árvore mais distante. Devido a esse seu comportamento, Ernani era o alvo natural das brincadeiras e piadas do grupo.
Ora ele encontrava um sapo na marmita, ora um rato morto em seu chapéu.
E o que achávamos mais incrível é que ele sempre aceitava aquilo sem ficar bravo.
Em um feriado prolongado, Mauro resolveu ir pescar no Pantanal.
Antes, nos prometeu que, se conseguisse sucesso, iria dar um pouco do resultado da pesca para cada um de nós.
No seu retorno, ficamos todos muito animados quando vimos que ele havia pescado alguns dourados enormes.
Mauro, entretanto, levou-nos para um canto e nos disse que tinha preparado uma boa peça para aplicar no Ernani.
Mauro dividira os dourados, fazendo pacotes com uma boa porção para cada um de nós.
Mas, a 'peça' programada era que ele havia separado os restos dos peixes num pacote maior, à parte.
- Vai ser muito engraçado quando o Ernani desembrulhar esse 'presente' e encontrar espinhas, peles e vísceras!, disse-nos Mauro, que já estava se divertindo com aquilo.
Mauro então distribuiu os pacotes no horário do almoço.
Cada um de nós, que ia abrindo o seu pacote contendo uma bela porção de peixe, então dizia: - Obrigado!
Mas o maior pacote de todos, ele deixou por último.
Era para o Ernani.
Todos nós já estávamos quase explodindo de vontade de rir, sendo que Mauro exibia um ar especial, de grande satisfação.
Como sempre, Ernani estava sentado sozinho, no lado mais afastado da grande mesa.
Mauro então levou o pacote para perto dele, e todos ficamos na expectativa do que estava para acontecer.
Ernani não era o tipo de muitas palavras.
Ele falava tão pouco que, muitas vezes, nem se percebia que ele estava por perto.
Em três anos, ele provavelmente não tinha dito nem cem palavras ao todo.
Por isso, o que aconteceu a seguir nos pegou de surpresa.
Ele pegou o pacote firmemente nas mãos e o levantou devagar, com um grande sorriso no rosto.
Foi então que notamos que seus olhos estavam brilhando.
Por alguns momentos, o seu pomo de Adão se moveu para cima e para baixo, até ele conseguir controlar sua emoção.
- Eu sabia que você não ia se esquecer de mim disse com a voz embargada.
Eu sabia você é grandalhão e gosta de fazer brincadeiras, mas sempre soube que você tem um bom coração.
Ele engoliu em seco novamente, e continuou falando, dessa vez para todos nós.
- Eu sei que não tenho sido muito participativo com vocês, mas nunca foi por má intenção.
- Sabem... Eu tenho cinco filhos em casa, e uma esposa inválida, que há quatro anos está presa na cama.
E estou ciente de que ela nunca mais vai melhorar.
- Às vezes, quando ela passa mal, eu tenho que ficar a noite inteira acordado, cuidando dela.
E a maior parte do meu salário tem sido para os seus médicos e os remédios.
As crianças fazem o que podem para ajudar, mas tem sido difícil colocar comida para todos na mesa.
Vocês talvez achem esquisito que eu vá comer o meu almoço sozinho, num canto...
Bem, é que eu fico meio envergonhado, porque na maioria das vezes eu não tenho nada para pôr no meu sanduíche.
Ou, como hoje, eu tinha somente uma batata na minha marmita.
Mas eu quero que saibam que essa porção de peixe representa, realmente, muito para mim. Provavelmente muito mais do que para qualquer um de vocês, porque hoje à noite os meus filhos...
Ele limpou as lágrimas dos olhos com as costas das mãos.
- Hoje à noite os meus filhos vão ter, realmente, depois de alguns anos... e ele começou a abrir o pacote...
Nós tínhamos estado prestando tanta atenção no Ernani, enquanto ele falava, que nem havíamos notado a reação do Mauro.
Mas agora, todos percebemos a sua aflição quando ele saltou e tentou pegar o pacote das mãos do Ernani.
Mas era tarde demais, Ernani já tinha aberto e pacote e estava, agora, examinando cada pedaço de espinha, cada porção de pele e de vísceras, levantando cada rabo de peixe.
Era para ter sido tão engraçado, mas ninguém riu.
Todos nós ficamos olhando para baixo.
E a pior parte foi quando Ernani, tentando sorrir, falou a mesma coisa que todos nós havíamos dito anteriormente:
- Obrigado!
Em silêncio, um a um, cada um dos colegas pegou o seu pacote e o colocou na frente do Ernani, porque depois de muitos anos nós havíamos, de repente, entendido quem era realmente o Ernani.
Uma semana depois, a esposa de Ernani faleceu.
Cada um de nós, daquele grupo, passou então a ajudar as cinco crianças.
Graças ao grande espírito de luta que elas possuíam, todas progrediram muito: Carlinhos, o mais novo, tornou-se um importante médico.
Fernanda, Paula e Luisa montaram o seu próprio e bem-sucedido negócio: elas produzem e vendem doces e salgados para padarias e supermercados.
O mais velho, Ernani Júnior, formou-se em Engenharia; sendo que, hoje, é o Diretor Geral da mesma empresa em que eu, Ernani e os nossos colegas trabalhávamos.
Mauro, hoje aposentado, continua fazendo brincadeiras; entretanto, são de um tipo muito diferente: ele organizou nove grupos de voluntários que distribuem brinquedos para crianças hospitalizadas e as entretêm com jogos, estórias e outros divertimentos.
Às vezes, convivemos por muitos anos com uma pessoa, para só então percebermos que mal a conhecemos.
Nunca lhe demos a devida atenção; não demonstramos qualquer interesse pelas coisas dela; ignoramos suas ansiedades ou seus problemas.
Com a história de Ernani, percebemos que somos um pouco como Mauro e seus companheiros.
Se formos... por favor, há tempo de mudar ...
Demonstração de Fé
Vamos até a montanha onde Deus mora?
Comentou um cavaleiro com seu amigo.
Quero provar que ele só sabe pedir e nada faz para aliviar o nosso fardo.
Pois vou para demonstrar minha fé disse o outro.
Chegaram os dois à noite no alto do monte e escutaram uma voz na escuridão:
"Encham seus cavalos com as pedras do chão!”
Viu disse o primeiro cavaleiro depois de tanto subir ele ainda nos faz carregar mais peso.
Jamais obedecerei.
O segundo cavaleiro, homem de fé, fez o que a voz dizia.
Quando terminaram de descer o monte a aurora chegou e os primeiros raios de sol iluminaram as pedras que o cavaleiro piedoso havia trazido.
Eram diamantes puríssimos.
As decisões de Deus são misteriosas, mas estão sempre a favor daqueles que o amam.
Há momentos em nossas vidas em que realmente fica difícil enxergar desta forma, pois o fardo se torna tão pesado que parece impossível achar a saída.
É inacreditável as coisas que acontecem quando deixamos de lado o medo, a impaciência e passamos a cultivar a Fé ...
Árvore Gigantesca
Um carpinteiro e seus auxiliares viajavam pela província de Qi, em busca de material para construções.
Viram uma árvore gigantesca; cinco homens de mãos dadas não conseguiam abraçá-la, e seu topo era tão alto que quase tocava as nuvens.
- Não vamos perder nosso tempo com esta árvore disse o mestre carpinteiro.
- Para cortá-la, demoraremos muito.
Se quisermos fazer um barco, ele afundará, de tão pesado o seu tronco.
Se resolvermos usá-la para a estrutura de um teto, as paredes terão que ser exageradamente resistentes.
O grupo seguiu adiante.
Um dos aprendizes comentou:
- É uma árvore tão grande e não serve para nada!
- Você está enganado , disse o mestre carpinteiro.
Ela seguiu seu destino à sua maneira, se fosse igual às outras, nós já a teríamos cortado.
Mas porque teve coragem de ser diferente, permanecerá viva e forte por muito tempo.
História da Lagarta
Imagine uma lagarta.
Ela passa grande parte de sua vida no chão, observando os pássaros, indignada com seu destino e com sua forma.
Muitas vezes ela pensa: "Sou a mais desprezível das criaturas, feia, repulsiva, condenada a rastejar pela terra.”
Um dia, entretanto, a Natureza pediu que fizesse um casulo.
A lagarta se assustou e naquele instante pensou que estivessem construindo para ela seu túmulo...
Já estava quase preparada para morrer...
Indignada com a vida que ela teve, reclamava novamente com Deus.
"Quando finalmente me acostumei com a terra, o Senhor me tirou o pouco que tenho."
Desesperada, se trancou no casulo e aguardou o fim de sua vida.
Alguns dias depois, tornou-se uma das mais lindas borboletas...
Nem ela percebeu quão linda se tornou.
Não reclamem dos problemas que surgem em sua vida, agradeça em cada dificuldade...
Não enchergamos a grandeza que existe por detrás do que Deus tem preparado para cada um de nós...
Vamos nos tornarmos borboletas
Pai Ocupado
- Alô! Meu pai tá ai?
- Seu pai? Mas quem é seu pai?
- Ué! Meu pai, marido da minha mãe...
- Eu sei, mas como é o nome dele?
- Bom, ai depende, né? Minha mãe chama o meu pai de "benzinho", eu chamo de Paiê, já a minha avó chama de João...
- Tá bom, tá bom, garoto, mas como ele é?
- Ai também depende, né? De manhã, ele é bem apressado.
Se eu pergunto alguma coisa, ele diz que à noite a gente conversa.
Já de noite, ele diz que está cansado e diz que amanhã a gente conversa...
- Não foi isso o que eu perguntei. Eu quero saber como é ele fisicamente.
Com quem ele parece...
- Ah, bom! Minha avó diz que ele parece comigo...
Ou será que eu é que pareço com ele? Mas só que é mais alto, assim ó... e tem bigode.
- Olha aqui garoto. Eu tenho mais que fazer. Passe bem.
- Que sujeito nervoso. Até parecia o meu pai... . Será que era ele???
O Tempo de Deus
Um excelente nadador tinha o costume de correr até a água e molhar somente o dedão do pé antes de qualquer mergulho.
Alguém intrigado com aquele comportamento, lhe perguntou qual a razão daquele hábito.
O nadador sorriu e respondeu:
- Há alguns anos eu era um professor de natação.
Eu os ensinava a nadar e a saltar do trampolim.
Certa noite, eu não conseguia dormir, e fui até a piscina para nadar um pouco.
Não acendi a luz, pois a lua brilhava através do teto de vidro do clube.
Quando eu estava no trampolim, vi minha sombra na parede da frente.
Com os braços abertos, minha imagem formava uma magnífica cruz.
Em vez de saltar, fiquei ali parado, contemplando minha imagem.
Nesse momento pensei na cruz de Jesus Cristo e em seu significado.
Eu não era um cristão, mas quando criança aprendi que Jesus tinha morrido na cruz para nos salvar.
Naquele momento as palavras daquele ensinamento me vieram à mente e me fizeram recordar do que eu havia aprendido .
Não sei quanto tempo fiquei ali parado com os braços estendidos.
Finalmente desci do trampolim e fui até a escada para mergulhar na água.
Desci a escada e meus pés tocaram o piso duro e liso do fundo da piscina.
Haviam esvaziado a piscina e eu não tinha percebido.
Tremi todo, e senti um calafrio na espinha.
Se eu tivesse saltado seria meu último salto.
Naquela noite a imagem da cruz na parede salvou a minha vida.
Fiquei tão agradecido a Deus, que ajoelhei na beira da piscina, confessei os meus pecados e me entreguei a Ele, consciente de que foi exatamente em uma cruz que Jesus morreu para me salvar.
Naquela noite fui salvo duas vezes e, para nunca mais me esquecer, sempre que vou até a piscina molho o dedão do pé antes de saltar na água...
Deus tem um plano na vida de cada um de nós, não adianta querermos apressar ou retardar as coisas, pois, tudo acontecerá no seu devido tempo...