04 abril, 2010

Bordados da Vida

Quando eu era pequeno, minha mãe costurava muito. Eu me sentava no chão, olhava e perguntava o que ela estava fazendo. Respondia que estava bordando. Todo dia era a mesma pergunta e a mesma resposta. Observava seu trabalho de uma posição abaixo de onde ela se encontrava sentada e repetia: "Mãe, o que a senhora está fazendo? "
Dizia-lhe que, de onde eu olhava, o que ela fazia me parecia muito estranho e confuso.
Era um amontoado de nós e fios de cores diferentes, compridos, curtos, uns grossos e outros finos. Eu não entendia nada. Ela sorria, olhava para baixo e gentilmente me explicava: "Filho, saia um pouco para brincar e quando terminar meu trabalho eu chamo você e o coloco sentado em meu colo. Deixarei que veja o trabalho da minha posição." Mas eu continuava a me perguntar lá de baixo: "Por que ela usava alguns fios de cores escuras e outros claros?" "Por que me pareciam tão desordenados e embaraçados?" "Por que estavam cheios de pontas e nós?" "Por que não tinham ainda uma forma definida?" "Por que demorava tanto para fazer aquilo?" Um dia, quando eu estava brincando no quintal, ela me chamou: Filho, venha aqui e sente em meu colo. Eu sentei no colo dela e me surpreendi ao ver o bordado. Não podia crer!
Lá de baixo parecia tão confuso!
E de cima vi uma paisagem maravilhosa! Então minha mãe me disse: Filho, de baixo, parecia confuso e desordenado porque você não via que na parte de cima havia um belo desenho. Mas, agora, olhando o bordado da minha posição, você sabe o que eu estava fazendo. Muitas vezes, ao longo dos anos, tenho olhado para o céu e dito: "Pai, o que estás fazendo?" Ele parece responder: "Estou bordando a sua vida, filho." E eu continuo perguntando: "Mas está tudo tão confuso... Pai, tudo em desordem. Há muitos nós, fatos ruins que não terminam e coisas boas que passam rápido.''
'Os fios são tão escuros. Por que não são mais brilhantes? O Pai parece me dizer: "Meu filho, ocupe-se com seu trabalho, descontraia-se, confie em Mim... Eu farei o meu trabalho. Um dia, colocarei você em meu colo e então vai ver o plano da sua vida da minha posição. Muitas vezes não entendemos o que está acontecendo em nossas vidas. As coisas são confusas, não se encaixam e parece que nada dá certo. É que estamos vendo o avesso da vida. Do outro lado, Deus está bordando... Que Deus faça de suas vidas um "lindo bordado"! (Desconheço o Autor)

Amar é uma decisão...

O sábio recebeu a visita de um homem que dizia já não amar a sua esposa, e que pensava em separar-se. O sábio ouviu... Olhou-o nos olhos, disse apenas uma palavra, e calou-se: Ame-a ! Mas eu já disse: Não sinto nada por ela!! Ame-a, disse novamente o sábio. E percebendo o desconforto do homem, depois de um breve silêncio, o sábio explicou: Amar é uma decisão, não um sentimento; amar é dedicação e entrega. Amar é um verbo e o fruto dessa ação é o amor. O amor é um exercício de Jardinagem: arranque o que faz mal, prepare o terreno, semeie, seja paciente, regue e cuide. Esteja preparado porque haverá pragas, secas ou excesso de chuvas, mas nem por isso abandone o seu jardim. Ame o seu par, ou seja, aceite-o, valorize-o, respeite-o, dê-lhe afeto e ternura, admire-o e compreende-o.
Isso é tudo. Ame!!! A inteligência sem amor, faz-te perverso. A injustiça sem amor, faz-te implacável. A diplomacia sem amor, faz-te hipócrita. O êxito sem amor, faz-te arrogante. A riqueza sem amor, faz-te avaro. A docilidade sem amor, faz-te servil. A pobreza sem amor, faz-te orgulhoso. A beleza sem amor, faz-te ridículo. A autoridade sem amor, faz-te tirano. O trabalho sem amor, faz-te escravo. A simplicidade sem amor, deprecia-te A oração sem amor, faz-te introvertido. A lei sem amor, escraviza-te A política sem amor, deixa-te egoísta. A fé sem amor, deixa te fanático. A cruz sem amor converte -se em tortura. A vida sem amor...não tem sentido. (Padre Jonas Abib)

O Peixe e a Concha - uma linda história de Verão..

Bem no fundo de um lago nadava um peixinho entre as algas.
Frequentemente se demorava muito num mesmo lugar, e abanava vagarosamente suas barbatanas.
Bem próximo a ele arrastava-se lentamente uma concha sobre o chão arenoso.
Através da turva luz parecia ser uma pedra que ali estava.
O peixinho agitou sua cauda , observou a dura concha por todos os lados, e não compreendia como uma pedra podia passear pois não havia percebido ainda os pequenos pezinhos na parte de baixo da concha, onde se distinguia uma aberturazinha.
E assim a concha continuava se arrastando...
De repente o peixinho percebeu uma pequena fresta, e nadando para lá, procurou enxergar lá dentro.
Mas...a abertura fechou-se ! -"Ah ! - pensou o peixinho - lá dentro mora alguém que certamente tem medo de mim !
Vou chamá-lo !" Nadou em torno de toda a concha e disse :
" Ei ! você aí de dentro...saia ! Eu não te mordo , não !" A concha murmurou bem baixinho : " Por que dev sair ?
Aqui me agrada muito mais ...!" -"Saia assim mesmo ! Eu desejo olhar a tua bela nadadeira !" -"Eu não tenho nenhuma nadadeira ...!" murmurou a concha. Mas o peixinho não dava sossego, tinha uma vontade enorme de descerrar a concha.
Então falou : -"Saia para fora você poderá se alegrar com minhas escamas cintilantes...!" -" Eu nem siquer tenho olhos...", respondeu a concha. Irritado o peixinho nadou em volta dela e falou :
-" No quê devo acreditar ? Você não tem cauda, nem escamas,nem olhos...Tem apenas ambas as cascas cheias de pele ?" -" Eu, tenho o sonho aquático...''falou baixino a concha.
''E este não troco nem por suas escamas , e nem pela sua cauda...!" -"Oh! Então conte-me ", pediu o peixinho. A concha disse: -" Contar eu não posso. Cada dia eu pinto o sonho nas paredes da minha casca. Por isto eu quero lhe mostrar algo...mas depois, deixe-me em paz !" Cuidadosamente a concha abriu a sua fresta e o peixinho viu em seu interior estranhas cores brilharem : vermelho, azul, verde, violeta...era um oculto brilho cintilante. -"Oh...! É como o arco-íris nas cachoeiras...!" disse ele. Mas a concha fechou-se novamente tão silenciosamente quanto abriu... Em seguida ela deitou-se bem a seu lado e lá permaneceu sem se movimentar. O peixinho, bem próximo, sentia como entrava e saia água da concha..."o sonho aquático !"... Ainda por algum tempo ele ficou perto da concha, que externamente parecia arenosa e cinzenta, mas que interiormente escondia o mais belo milagre que já se viu. ( Jacob Streit - Coletânea Waldorf)

O Milagre de um novo dia

Hoje eu me levantei cedo pensando no que tenho para fazer antes que o relógio marque meia noite. Eu tenho responsabilidades para cumprir hoje.
Eu sou importante.
É minha função escolher que tipo de dia terei hoje. Hoje eu posso reclamar porque está chovendo ou posso agradecer às águas por lavarem energias pesadas. Hoje eu posso ficar triste por não ter muito dinheiro ou posso me sentir encorajado para administrar minhas finanças sabiamente, mantendo-me longe de desperdícios. Hoje eu posso reclamar sobre minha saúde ou posso dar graças a Deus por estar vivo. Hoje eu posso me queixar dos meus pais por não terem me dado tudo que eu queria quando estava crescendo, ou posso ser grato a eles por terem permitido que eu nascesse. Hoje eu posso lamentar decepções com amigos ou posso observar oportunidades de ter novas amizades. Hoje eu posso reclamar por ter que trabalhar ou posso vibrar de alegria por ter um trabalho que me põe ativo. Hoje eu posso choramingar por ter que ir à escola ou abrir minha mente com entusiasmo para novos conhecimentos. Hoje eu posso sentir tédio com trabalho doméstico ou posso agradecer a Deus por ter dado-me a bênção de um teto que abriga meus pertences, meu corpo e minha alma. Hoje eu posso olhar para o dia de ontem e lamentar as coisas que não saíram como eu planejei ou posso alegrar-me por ter o dia de hoje para recomeçar. O dia de hoje está à minha frente esperando para ser o que eu quiser.
E aqui estou eu, o escultor que pode dar-lhe forma. Depende de mim como será o dia de hoje diante de tudo que encontrarei. A escolha está em minhas mãos: Hoje eu posso enxergar minha vida vazia ou posso alegremente receber o Milagre de Um Novo Dia! (Silvia Schmidt)