Era uma vez uma Ilha onde moravam todos os sentimentos: a Alegria, a Tristeza, a Vaidade, a Sabedoria o Amor e outros...Um dia avisaram aos moradores da Ilha que ela seria inundada! Apavorado, o Amor cuidou para que todos os sentimentos se salvassem. Ele disse: fujam!!! A Ilha vai se inundada! Todos correram e pegaram os barquinhos para irem até um morro bem alto. Só o amor não se apressou...amava a Ilha e queria ficar um pouco mais... Quando já estava se afogando, correu pra pedir ajuda...Vinha vindo a riqueza e ele disse: Riqueza me leva com você? – Não posso, meu barco está cheio de prata e ouro...você não cabe aqui...Passou a Vaidade e o Amor pediu: Vaidade, me leva com você? – Não posso, você vai sujar meu barco novo...Daí, passou a Tristeza e mais uma vez o Amor pediu: Me leva com você? – Ah! Amor! Eu estou tão triste que prefiro ir sozinha...Passou a Alegria, mas ela estava tão alegre que nem viu o Amor...! Já desesperado e achando que iria ficar só, o amor começou a chorar... Daí, passou um velhinho e, olhando, falou: Sobe Amor...eu te levo! O Amor ficou tão feliz que esqueceu de perguntar o nome do velhinho!!!Por fim, chegando no morro alto, o amor encontrou a Sabedoria e perguntou-lhe: Quem era aquele velhinho que me trouxe até aqui? – O Tempo! Respondeu a Sabedoria.-O Tempo? Mas por que só o tempo me trouxe até aqui? A Sabedoria respondeu: Só o Tempo é capaz de reconhecer um grande Amor...! O amor mais verdadeiro que alguém tem por você foi demonstrado a muitos anos e permanece até hoje para beneficiar sua vida...O Amor de Deus!
21 outubro, 2008
Dor Arquivada ...
Sou organizada, arquivo minhas dores.
Já arquivei muitas.
Vez por outra, desarquivo uma...
Algumas permanecem arquivadas exclusivamente porque já foram dores,
e dores são dores, tenho-lhes o devido respeito.
Tenho algumas que nem toco, pois tenho pavor de estragá-las.
Deixo-as como estavam no dia do arquivamento, intactas...
Tenho muitas dores arruaceiras, escandalosas,
dessas que a gente morre de vergonha quando aparecem.
Mas é evidente que tenho outras, completamente diferentes, caladas.
Dessas não gosto ...
Algumas são delicadíssimas, a dor do primeiro amor desfeito, é um bom exemplo.
Tenho uma dor bem interessante, eu diria até que, inusitada, uma dor desafinada.
Ora, porque da surpresa?
Paixão solitária dá nisso, impossível harmonizar...
Sem qualquer constrangimento, confesso: tenho uma dor...
Isso mesmo...
E quem não tem pelo menos uma?
A minha dor de cotovelo está na terceira gaveta,
já esteve mais acessível mas ainda está lá,
É bem grande esse meu arquivo...
Tenho até dor em ordem alfabética...
É um arquivo, organizado.
Quer dizer, mais ou menos...
É, eu tenho uma dor instável...
Já tentei fazê-la desaparecer, mas é voluntariosa, tem vida própria.
Uma vez rasguei-a em pedacinhos, adiantou???
Não...
Mal abri a primeira gaveta, lá estava ela, multiplicada...
Arquiva-se e desarquiva-se, como e quando quer e, mais,mistura-se com as outras.
Apareceu de tanto eu abrir e fechar a gaveta.
Difícil lidar com ela.
Desisti...
O Nome dessa dor é "Saudade..."
Resolvi fazer dela uma amiga...
Essa dor...
vai comigo sempre morar....
(Sandra Falconi)