11 dezembro, 2013

Existem...



Existem pessoas em nossas vidas que nos deixam felizes pelo simples fato de terem cruzado o nosso caminho. 
Algumas percorrem ao nosso lado, vendo muitas luas passarem, mas outras apenas vemos entre um passo e outro. 
A todas elas chamamos de amigo.
Há muitos tipos de amigos. 
Talvez cada folha de uma árvore caracterize um deles. 
O primeiro que nasce do broto é o amigo pai e o amigo mãe. 
Mostram o que é ter vida. 
Depois vem o amigo irmão, com quem dividimos o nosso espaço para que ele floresça como nós.
Passamos a conhecer toda a família, à qual desejamos o bem.
Mas o destino nos apresenta outros amigos, que não sabíamos que iam cruzar o nosso caminho. 
Muitos desses são designados amigos do peito, do coração. 
São sinceros, são verdadeiros. 
Sabem quando não estamos bem, sabem o que nos faz feliz...
Às vezes, um desses amigos do peito estala o nosso coração e então é chamado de amigo namorado. 
Esse dá brilho aos nossos olhos, música aos nossos lábios, pulos aos nossos pés.
Mas também há aqueles amigos por um tempo, talvez umas férias ou mesmo um dia ou uma hora. 
Esses costumam colocar muitos sorrisos na nossa face, durante o tempo que estamos por perto.
Falando em perto, não podemos nos esquecer dos amigos distantes, que ficam nas pontas dos galhos, mas que quando o vento sopra, aparecem novamente entre uma folha e outra.
O tempo passa, o verão se vai, o outono se aproxima, e perdemos algumas de nossas folhas. 
Algumas nascem num outro verão e outras permanecem por muitas estações. 
Mas o que nos deixa mais feliz é que as que caíram continuam por perto, continuam aumentando a nossa raiz com alegria. 
 Lembranças de momentos maravilhosos enquanto cruzavam o nosso caminho.
Cada pessoa que passa em nossa vida é única. 
Sempre deixa um pouco de si e leva um pouco de nós. 
Há os que levaram muito, mas não há os que não deixaram nada. 
Esta é a maior responsabilidade de nossa vida e a prova evidente de que duas almas não se encontram por acaso.

Às vezes...


Às vezes é preciso botar nossos sentimentos no varal da reflexão.  
Que os ventos levem pra bem longe tudo aquilo que possa nos ferir. 
Tudo aquilo que nos machucava, há tempos. 
Mas hoje é dia de faxina, os entulhos e sujeiras, a gente sempre deixa do lado de fora.   Let it be ...

Cris Carvalho

Às vezes...


"Às vezes, a gente só vê o sol quando chove." 

Ana Jácomo

Chega...

 
 
Chega um momento em que a gente se dá conta de que, às vezes, para sermosverdadeiros com nós mesmos, precisamos ter o desprendimento para abençoar as tentativas sem êxito, agradecer pelo o que cada uma nos ensinou, e seguir. 
De que, às vezes, para se reconstruir, é preciso demolir construções que, por mais atraentes que sejam, não são coerentes com a ideia da nossa vida. 
A gente se dá conta do quanto somos protegidos quando estamos em harmonia com o nosso coração. De que o nosso coração é essencialmente puro. 
Essencialmente, amoroso, o bordador capaz de tecer as belezas que semanifestam no território das formas. 
De que, sabedores ou não,é ele que tem as chaves para as portas que dão acesso aos jardins de Deus. 
E, vez ou outra, quando em plena comunhão criativa, entra lá,pega uma muda de planta e traz para fazê-la florescer no canteiro do mundo.

Ana Jácomo

Com o tempo...


Com o tempo, você analisa que abrir mão de algo muito importante, só se faz quando se tem um motivo maior que esse algo: seja um propósito, uma crença, um valor íntimo, uma obstinação qualquer que te oriente para essa escolha que já se sabia tão dolorosa. 
É um sacrifício voluntário por algo mais pleno, mais grandioso em Beleza. 
E, nestas análises, você descobre outras perdas que são positivas: perde-se também a ansiedade, a insegurança e a ilusão. 
E você aprende a recomeçar agradecendo por vitórias tão pequenininhas…   
Como quando é noite e antes de dormir você se enche de gratidão: 

''Deus, obrigada, porque é noite e eu tenho o sono… Que venha um sonho novo, então.

Marla de Queiroz


Um santo no lugar errado...

 
Reescrevo uma história, atribuída a autor desconhecido, que me foi enviada logo após a publicação de “Lenin desce aos infernos”.
“Certa vez, perguntei para o Ramesh, um de meus mestres na Índia:
- Por que existem pessoas que saem facilmente dos problemas mais complicados, enquanto outras sofrem por problemas muito pequenos, morrem afogadas num copo de água?
Ele simplesmente sorriu e me contou uma história.

… “Era um sujeito que viveu amorosamente toda a sua vida. 
Quando morreu, todo mundo lhe falou para ir ao céu, um homem tão bondoso quanto ele somente poderia ir para o Paraíso. 

Ir para o céu não era tão importante para aquele homem, mas mesmo assim ele foi até lá.

Naquela época, o céu não havia ainda passado por um programa de qualidade total. 

A recepção não funcionava muito bem, a moça que o recebeu deu uma olhada rápida nas fichas em cima do balcão e, como não viu o nome dele na lista, lhe orientou para ir ao Inferno.

E, no Inferno, ninguém exige crachá nem convite, qualquer um que chega é convidado a entrar. 

O sujeito entrou e foi ficando…

Alguns dias depois, Lúcifer chega furioso às portas do Paraíso para tomar satisfações com São Pedro:

- Isso que você está fazendo é puro terrorismo!

Sem saber o motivo de tanta raiva, Pedro pergunta do que se trata. 

Um transtornado Lúcifer responde:

- Você mandou aquele sujeito para o Inferno e ele está me desmoralizando! 

Chegou escutando as pessoas, olhando-as nos olhos, conversando com elas. 

Agora, está todo mundo dialogando, se abraçando, se beijando. 

O inferno não é lugar para isso! 

Por favor, traga este sujeito para cá!
Quando Ramesh terminou de contar esta história olhou-me carinhosamente e disse:
- Viva com tanto amor no coração que se, por engano, você for parar no Inferno, o próprio demônio lhe trará de volta ao Paraíso. 

 Paulo Coelho


Os poemas...


Os poemas são pássaros que chegam,
não se sabe de onde e pousam no livro que lês.
Quando fechas o livro, eles alçam voo como de um alçapão.
Eles não têm pouso nem porto;
alimentam-se um instante em cada par de mãos e partem.
E olhas, então, essas tuas mãos vazias, 
no maravilhado espanto de saberes,
que o alimento deles já estava em ti…

Mário Quintana

Você...




Você diz que é humilde, mas se exibe quando compra uma roupa de maior valor. 
Você diz que não liga pra beleza, mas passa maquiagem para se sentir bem. 
Você adora o frio, mas sempre põe um moletom pra ficar quente. 
Você acha estranho pessoas que cheiram mal, mas tem preguiça de tomar banho. 
 Você odeia gente melosa, mas não cansa de dizer que ama alguém. 
Você adora o calor das praias, mas liga o ventilador pra não suar. 
Você se sente um lixo quando começa a chorar, mas se chateia com qualquer coisinha. 
Você se acha melhor que todas as pessoas, mas sempre comete o mesmo erro.

William Shakespeare



Existem...



Existem momentos que nem precisam de palavras, 
basta a presença e o falar do coração.

Claudia Salles