27 junho, 2009

Deficiências

"Deficiente" é aquele que não consegue modificar sua vida, aceitando as imposições de outras pessoas ou da sociedade em que vive, sem ter consciência de que é dono do seu destino.
"Louco" é quem não procura ser feliz com o que possui.
"Cego" é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria, e só tem olhos para seus míseros problemas e pequenas dores.
"Surdo" é aquele que não tem tempo de ouvir um desabafo de um amigo, ou o apelo de um irmão. Pois está sempre apressado para o trabalho e quer garantir seus tostões no fim do mês.
"Mudo" é aquele que não consegue falar o que sente e se esconde por trás da máscara da hipocrisia.
"Paralítico" é quem não consegue andar na direção daqueles que precisam de sua ajuda.
"Diabético" é quem não consegue ser doce.
"Anão" é quem não sabe deixar o amor crescer.
E, finalmente, a pior das deficiências é ser miserável, pois:
"Miseráveis" são todos que não conseguem falar com Deus.
"A amizade é um amor que nunca morre."
Mario Quintana

...

"Sejamos como o sol que não visa nenhuma recompensa,
nenhum elogio,
não espera lucros nem fama,
simplesmente brilha!"

...

"Os grandes espíritos têm metas.
Os outros apenas desejos."
(Washington Irving)

Alice, é você?

Você se lembra da história “Alice no País das Maravilhas”?
Lembra-se de quando ela chegou à encruzilhada e indagou ao gato que se encontrava ali perto que caminho devia seguir?
O gato perguntou: “aonde você quer ir”.
Alice respondeu que não sabia.
O gato, então, replicou: “sendo assim, qualquer caminho levará a seu destino”. Como Alice, a maioria de nós não sabe aonde quer ir. Levantamos de manhã porque disseram que temos de trabalhar.
Passamos o dia trabalhando, fazendo tudo o que tem de ser feito.
No fim do dia, vamos para casa, passamos algum tempo com a família, jantamos e nos acomodamos diante do televisor, deixando-o insultar nossa inteligência e anestesiar nossas mentes curiosas, de modo que, na manhã seguinte, quando o despertador tocar, possamos estar suficientemente entorpecidos para começar outro dia de rotina, em que não atingiremos nenhuma meta.
Em outras palavras, quase todos nós perambulamos sem rumo, somos organismos passivos, reagindo aos desafios da vida como o proverbial barco sem leme.
O barco encontrará um porto?
Nem mesmo um porto determinado, mas qualquer um?
Dificilmente.
Se isso acontecer, será por acaso.
Chega a ser trágico, mas a maioria de nós gasta mais tempo fazendo planos para uma festa, uma viagem de férias ou um passeio do que planejando a própria vida! Para onde está indo? Você se vê em uma subida difícil, em algum degrau da vida, que parece desaparecer nas nuvens lá em cima.
Algum dia você terá filhos.
Um dia eles terminarão a escola.
Um dia surgirá um emprego melhor.
Um dia seus filhos se casarão.
Um dia terá mais liberdade para viajar.
Um dia você irá se aposentar.
E então, naturalmente, um dia você morrerá. Mas, e a vida?
Por que se importar?
Se tanta gente vai bem, sem um propósito, sem metas, por que você se importaria em ser diferente?
A razão é que você quer o sucesso! Cada indivíduo vive de acordo com seus propósitos.
Podemos não chamá-los “alvos”, mas é isso que são.
O modo como vivemos em qualquer momento é determinado pelo alvo em direção ao qual nos movemos.
Se nossas metas forem claras e boas, é quase certo que estejamos vivendo bem, mas se nossos alvos forem inferiores ou confusos, as chances são que nossa vida também tenha essas qualidades. Precisamos, portanto, prioridades.
Precisamos saber que estamos trabalhando nos alvos melhores e mais importantes. Os alvos são a nossa motivação para o futuro; mas alvos sem planejamento são como um navio que tem destino, mas não tem leme.
Você pode estar em movimento, mas tem pouco ou nenhum controle sobre a sua direção. Bons alvos merecem bons planos. Idealize, planeje e viva!

Força

Tenha sempre em mente que o seu papel é o de ser um destruidor de obstáculos.
Não importa como ele se apresente, você o destruirá!
E mais, você não destruirá esses obstáculos apenas para você, mas para o mundo todo. Lembre-se que você é aquele que enfraquece as dificuldades, mas não a si mesmo; afinal, se você ficar fraco, os obstáculos se tornam poderosos.
Mas, como você é poderoso, os obstáculos se tornam fracos. Brahma Kumaris

...

“Somos o que fazemos,
mas somos principalmente,
o que fazemos para mudar o que somos”.
(Eduardo Galeano)

...

“Uma garrafa de vinho meio vazia também está meio cheia;
mas uma meia mentira não será nunca uma meia verdade”.
(Jean Cocteau)

...

“Nosso cérebro é o melhor brinquedo já criado,
nele se encontram todos os segredos,
inclusive os da felicidade.”
(Charles Chaplin)

...

"Não existiria som se não houvesse o silêncio,
não haveria luz se não fosse a escuridão.
A vida é mesmo assim, dia e noite, não e sim".
(Lulu Santos / Nelson Motta)

...

"Ou nós nos fazemos miseráveis, ou nós nos fazemos fortes.
A quantidade de esforço é a mesma".
(Carlos Castañeda)

Quero voltar a ser feliz

Fui criada com princípios morais comuns.
Quando criança, ladrões tinham a aparência de ladrões e nossa única preocupação em relação à segurança era a de que os “lanterninhas” dos cinemas nos expulsassem devido às batidas com os pés no chão quando uma determinada música era tocada no início dos filmes, nas matinês de domingo. Mães, pais, professores, avós, tios, vizinhos eram autoridades presumidas, dignas de respeito e consideração.
Quanto mais próximos, e/ou mais velhos, mais afeto.
Inimaginável responder deseducadamente à policiais, mestres, aos mais idosos, autoridades. Confiávamos nos adultos porque todos eram pais e mães de todas as crianças da rua, do bairro, da cidade.
Tínhamos medo apenas do escuro, de sapos, de filmes de terror. Hoje me deu uma tristeza infinita por tudo que perdemos.
Por tudo que meus netos um dia temerão.
Pelo medo no olhar de crianças, jovens, velhos e adultos.
Matar os pais, os avós, violentar crianças, seqüestrar, roubar, enganar, passar a perna, tudo virou banalidade de notícias policiais, esquecidas após o primeiro intervalo comercial.
Agentes de trânsito multando infratores são exploradores, funcionários de indústrias de multas.
Policiais em blitz são abuso de autoridade.
Regalias em presídios são matéria votada em reuniões.
Direitos humanos para criminosos, deveres ilimitados para cidadãos honestos. Pagar dívidas em dia é bancar o bobo, anistia para os caloteiros de plantão.
Não levar vantagem é ser otário.
Ladrões de terno e gravata, assassinos com cara de anjo, pedófilos de cabelos brancos.
O que aconteceu conosco? Professores surrados em salas de aula, comerciantes ameaçados por traficantes, grades em nossas janelas e portas.
Crianças morrendo de fome! Que valores são esses? Carros que valem mais que abraço, filhos querendo-os como brindes por passar de ano. Celulares nas mochilas dos recém saídos das fraldas.
TV, DVD, vídeo-games… O que vai querer em troca desse abraço, meu filho? Mais vale um Armani do que um diploma. Mais vale um telão do que um papo. Mais vale um baseado do que um sorvete Mais valem dois vinténs do que um gosto. Que lares são esses? Jovens ausentes, pais ausentes.
Droga presente? Uma droga! ……E o presente? …O que é aquilo? Uma árvore, uma galinha, uma estrela, ou uma flor? Quando foi que tudo sumiu ou virou ridículo? Quando foi que esqueci o nome do meu vizinho? Quando foi que olhei nos olhos de quem me pede roupa, comida, calçado sem sentir medo? Quando foi que me fechei? Quero de volta a minha dignidade, a minha paz. Quero de volta a lei e a ordem. Quero liberdade com segurança! Quero tirar as grades da minha janela para tocar as flores! Quero sentar na calçada e ter a porta aberta nas noites de verão! Quero a honestidade como motivo de orgulho. Quero a vergonha, a solidariedade. Quero a retidão de caráter, a cara limpa e o olho no olho. Quero a esperança, a alegria.
Teto para todos, comida na mesa, saúde a mil. Quero calar a boca de quem diz: “ a nível de”, enquanto pessoa. Abaixo o “TER”, viva o “SER”! E viva o retorno da verdadeira vida, simples como uma gota de chuva, limpa como um céu de abril, leve como a brisa da manhã!
E definitivamente comum, como eu.
Adoro o meu mundo simples e comum.
Vamos voltar a ser “gente”? Ter o amor, a solidariedade, a fraternidade como base.
A indignação diante da falta de ética, de moral, de respeito….. ….Discordar do absurdo.
Construir sempre um mundo melhor, mais justo, mais humano, onde as pessoas respeitem as pessoas. Utopia? …Não… …hein? …Quem sabe?… …se você e eu fizermos nossa parte e contaminarmos mais pessoas, e essas pessoas contaminarem mais pessoas...

Mães morrem quando querem...

Eu tinha 7 anos quando matei minha mãe pela primeira vez.
Eu não a queria junto a mim quando chegasse à escola em meu 1º dia de aula.
Eu me achava forte o suficiente para enfrentar os desafios que a nova vida iria me trazer. Poucas semanas depois descobri aliviado que ela ainda estava lá, pronta para me defender não somente daqueles garotos brutamontes que me ameaçavam, como das dificuldades intransponíveis da tabuada. Quando fiz 14 anos eu a matei novamente.
Não a queria me impondo regras ou limites, nem que me impedisse de viver a plenitude dos vôos juvenis.
Mas logo no primeiro porre eu felizmente a descobri rediviva , foi quando ela não só me curou da ressaca, como impediu que eu levasse uma vergonhosa surra de meu pai. Aos 18 anos achei que mataria minha mãe definitivamente, sem chances para ressurreição. Entrara na faculdade, iria morar em república, faria política estudantil, atividades em que a presença materna não cabia em nenhuma hipótese.
Ledo engano: quando me descobri confuso sobre qual rumo seguir voltei à casa materna, único espaço possível de guarida e compreensão. Aos 23 anos me dei conta de que a morte materna era possível, apenas requeria lentidão…
Foi quando me casei, finquei bandeira de independência e segui viagem.
Mas bastou nascer a primeira filha para descobrir que o bicho “mãe” se transformara num espécime ainda mais vigoroso chamado “avó”.
Para quem ainda não viveu a experiência, avó é mãe em dose dupla… Apesar de tudo continuei acreditando na tese da morte lenta e demorada, e aos poucos fui me sentindo mais distante e autônomo, mesmo que a intervalos regulares ela reaparecesse em minha vida desempenhando papéis importantes e únicos, papéis que somente ela poderia protagonizar…
Mas o final dessa história, ao contrário do que eu sempre imaginei, foi ela quem definiu: quando menos esperava, ela decidiu morrer.
Assim, sem mais, nem menos, sem pedir licença ou permissão, sem data marcada ou ocasião para despedida. Ela simplesmente se foi, deixando a lição que mães são para sempre.
Ao contrário do que sempre imaginei, são elas que decidem o quanto esta eternidade pode durar em vida, e o quanto fica relegado para o etéreo terreno da saudade… Escrevi essa crônica em 11 de março de 2008, um dia após a morte de Ignês Pelegi de Abreu, minha mãe.
Naquela época eu não tive condições de ler o texto no ar, no que fui socorrido pelo meu amigo Irineu Toledo.
Hoje, um ano após sua morte, repito essa crônica em homenagem não só a ela, como a todas as mães que habitam o céu. Alexandre Pelegi