Roman Tursky, piloto da Força Aérea da Polônia, fazia um vôo sobre a Alemanha quando sua aeronave sofreu uma avaria mecânica. Fez um pouso forçado em solo alemão, mandou seu avião para a oficina e foi passar a noite num hotel.
Na manhã seguinte, enquanto caminhava pelo corredor, um homem miúdo passou correndo e chocou-se contra ele. Roman Tursky ofendeu-se. Mas, ao olhar para a face do homenzinho, viu-a empalidecida de medo. E o homem gritava:
– Gestapo! Gestapo!
Gestapo era a polícia secreta da Alemanha. Era evidente que aquele homem estava sendo caçado pela Gestapo. Roman Tursky empurrou-o para dentro de seu quarto e o enfiou debaixo da cama. Logo a seguir, chegou a polícia e interrogou Tursky. Como ele não entendia a língua deles, os policiais foram embora.
O piloto se ofereceu para levar o homem consigo para Varsóvia, mas sugeriu que ele se escondesse pouco antes da chegada do avião ao aeroporto, porque era provável que a polícia lá estivesse para revistar o aparelho. Fez o homem descer numa planície antes de atingir o aeroporto principal. Sem sombra de dúvida, lá estava a polícia pronta para buscar aquele homem.
Tursky esqueceu o incidente. Pouco mais tarde, a Polônia foi ocupada pela Alemanha. Tursky voou para a Inglaterra, engajou-se na Força Aérea Britânica e se tornou um herói de guerra. Depois de destruir bom número de aviões inimigos, seu próprio avião foi abatido e se espatifou contra o solo. A equipe de resgate encontrou-o mais morto do que vivo. Levado ao hospital mais próximo, o médico hesitava em operá-lo.
No dia seguinte, os jornais traziam notícias do acidente de Tursky. O piloto achava-se em coma. Mas, ao retomar a consciência, viu a seu lado um homem baixinho, que o olhava com brilho nos olhos.
– Lembra-se de mim? – perguntou ele a Tursky. – Sou aquele homem que você salvou! Li hoje de manhã as notícias de que você se encontrava em coma, entre a vida e a morte, e imediatamente tomei um avião pra cá.
– Mas para quê? – perguntou-lhe Tursky.
– Porque – respondeu-lhe o homem – pensei que poderia ajudar. Dizem que, entre os especialistas em cirurgia cerebral, sou um dos melhores. Vim para fazer a operação que salvou a sua vida.
Como é verdadeiro o ditado que diz: “O bem que você planta, você colhe! Mas o mal que você faz, esse recai sobre você.”
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