04 janeiro, 2012

“Adeus, meus sonhos!”




Adeus, Meus Sonhos!
Adeus, meus sonhos, eu pranteio e morro!
Não levo da existência uma saudade!
E tanta vida que meu peito enchia Morreu na minha triste mocidade!
Misérrimo! Votei meus pobres dias
À sina doida de um amor sem fruto,
E minh'alma na treva agora dorme Como um olhar que a morte envolve em luto.
Que me resta, meu Deus?
Morra comigo A estrela de meus cândidos amores,
Já não vejo no meu peito morto Um punhado sequer de murchas flores!

Manuel Antônio Álvares de Azevedo

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