27 outubro, 2011

O Sermão do Padre Durante o Casamento


“Em maio(…), escrevi um texto em que afirmava que achava bonito o ritual do casamento na igreja, com seus vestidos brancos e tapetes vermelhos, mas que a única coisa que me desagradava era o sermão do padre:

‘Promete ser fiel na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, amando-lhe e respeitando-lhe até que a morte os separe?’

Acho simplista e pouco fora da realidade.

Dou aqui novas sugestões de sermões:

‘Promete não deixar a paixão fazer de você uma pessoa controladora, e sim respeitar a individualidade do seu amado, lembrando sempre que ele não pertence a você e que está ao seu lado por livre e espontânea vontade?’
 
‘Promete saber ser amigo(a) e ser amante, sabendo exatamente quando devem entrar em cena um e outro, sem que isso lhe transforme numa pessoa de dupla identidade ou numa pessoa menos romântica?’

‘Promete fazer da passagem dos anos uma via de amadurecimento e não uma via de cobranças por sonhos idealizados que não chegaram a se concretizar?’

‘Promete sentir prazer de estar com a pessoa que você escolheu e ser feliz ao lado dela pelo simples fato de ela ser a pessoa que melhor conhece você e, portanto, a mais bem preparada para lhe ajudar, assim como você a ela?’

‘Promete se deixar conhecer?’

‘Promete que seguirá sendo uma pessoa gentil, carinhosa e educada, que não usará a rotina como desculpa para sua falta de humor?’
 
‘Promete que fará filhos por amor e por vontade, e não porque é o que esperam de você, e que você os educará para serem independentes e bem informados sobre a realidade que os aguarda?’

‘Promete que não falará mal da pessoa com quem casou só para arrancar risadas dos outros?’

‘Promete que a palavra liberdade seguirá tendo a mesma importância que sempre teve na sua vida, que você saberá responsabilizar-se por si mesmo sem ficar escravizado pelo outro e que saberá lidar com sua própria solidão, que casamento algum elimina?’
 
‘Promete que será tão você mesmo quanto era minutos antes de entrar na igreja?’

‘Sendo assim, declaro-os muito mais que marido e mulher.

‘Declaro-os maduros!”.

Mário Quintana

Um comentário:

Giovana Schneider disse...

Assim tinha que ser o sermão,bem colocado.Gostei!!!

ABRAÇO CARINHOSO E FRATERNAL ...

GIOVANA