16 julho, 2011

Elegância



Existe uma coisa difícil de ser ensinada e que, talvez, por isso, esteja cada vez mais rara e fora de moda: é a elegância do comportamento...
 
É um dom que vai muito além do uso correto dos talheres e que abrange bem mais do que dizer um simples “obrigado” diante de uma gentileza…
 
É a elegância que nos acompanha da primeira hora da manhã até a hora de dormir e que se manifesta nas situações mais prosaicas, quando não há festa alguma, nem fotógrafos por perto.

É uma elegância desobrigada...
 
É possível detectá-la nas pessoas que elogiam mais do que criticam, nas pessoas que escutam mais do que falam...
 
E quando falam, passam longe da fofoca, das pequenas maldades, normalmente ampliadas no boca a boca...
 
É possível detectá-la nas pessoas que não usam um tom superior de voz ao se dirigir a frentistas…

Nas pessoas que evitam assuntos constrangedores, porque não sentem prazer em humilhar os outros…

É possível detectá-la nas pessoas pontuais.

Elegante é quem demonstra interesse por assuntos que desconhece, é quem presenteia fora das datas festivas, é quem cumpre o que promete e, ao receber uma ligação, não recomenda à secretária que pergunte, antes, quem está falando e só depois manda dizer se está ou se não está...

Oferecer flores é sempre elegante.
 
É elegante não ficar espaçoso demais…

É elegante você fazer algo por alguém, e este alguém jamais saber o quanto você teve que se desdobrar para o fazer...
 
É elegante não mudar seu estilo, apenas para se adaptar ao outro…
 
É muito elegante não falar de dinheiro em bate-papos informais...

É elegante retribuir carinho e solidariedade...

É elegante o silêncio, diante de uma rejeição...
 
Sobrenome, jóias e nariz empinado, não substituem a elegância do gesto...

Não há livro que ensine alguém a ter uma visão generosa do mundo, a estar nele de uma forma não arrogante…

É elegante a gentileza.

Atitudes gentis falam mais que mil imagens.

Abrir a porta para alguém, é muito elegante.

Dar o lugar para alguém se sentar, é muito elegante…

Sorrir sempre é muito elegante e faz um bem imenso para a alma...

Oferecer ajuda, é muito elegante...
 
Olhar nos olhos ao conversar, é essencialmente elegante...

Pode-se tentar capturar esta delicadeza natural pela observação, mas tentar imitá-la, é improdutivo…

A saída é desenvolver, em si mesmo, a arte de conviver, que independe de status social: é só pedir licencinha para o nosso lado brucutu, que acha que "com amigos”… não tem que ter estas coisas…
 
Se os amigos não merecem uma certa cordialidade, os desafetos é que não irão desfrutá-la…

Educação enferruja por falta de uso…

E um detalhe: não é frescura.
 
Martha Medeiros

Um comentário:

Lilá(s) disse...

É algo que fica bem a todos.
Bjs