16 maio, 2011

O pato e a esponja


É preciso que aprendamos a nos tornar impermeaveis

Por acaso você já observou o que acontece com os patos quando dão seus mergulhos na lagoa?
Eles simplesmente não se molham.
Suas penas são cobertas com uma camada de óleo, tornando a ave impermeável.
Ele retira cuidadosamente o óleo, da glândula uropigial, com o bico e o espalha por todo o corpo.
Se você lavar um pato com detergente, ele se afogará no primeiro mergulho.
Mas o pato não é a única ave privilegiada com esta proteção.
Praticamente metade das aves possuem a tal glândula.

Ao liderar pessoas difíceis é fundamental desenvolver um mecanismo de proteção parecido com o do pato.
De alguma maneira, é preciso que fiquemos “impermeáveis”.
O grande erro é deixar que o temperamento difícil de uma pessoa se torne referência para você e para todos ao redor.

Se alguém fala alto demais em seu ambiente de trabalho, não vai demorar muito para que todos comecem a se comunicar aos berros.
Será a vitória do erro.
É preciso que aprendamos a nos tornar um pouco surdos, mantendo um jeito sereno de falar. Impermeáveis.
O silêncio falará mais alto que os gritos, e a serenidade será a referência determinante para aquele ambiente.

O problema é que, além de não sermos "patos", muitas vezes, nos comportamos como verdadeiras "esponjas".

Temos a trágica capacidade de absorver tudo.
Se alguém vomita num lugar público, logo buscamos um balde d'água para limpar o lugar.
Porque não fazemos o mesmo com as pessoas que vomitam mau humor, inveja e raiva?

Absorver estes sentimentos como uma esponja é tão asqueroso e prejudicial quanto absorver o vômito alheio.

Se pensássemos desta maneira, não ficaríamos com tanta facilidade nos remoendo em ressentimentos.
Prestou atenção nesta palavra?
Vou repetir "re-sentimento".
É sentir de novo o que já fez mal da primeira vez.
Recebemos uma ofensa, basta a dor uma vez só.
Mas preferimos comentar sobre o fato ressentidamente com alguém, depois com outro e mais outro... Ao final do dia já "re-sentimos" a mesma dor várias vezes.
Jogue um balde d'água nessa sujeira!
O perdão é o melhor remédio.
Seja pato.. não seja esponja.

Padre Joãozinho

Um comentário:

Lilá(s) disse...

Bonito texto, vale bem passar um tempo refletindo sobre ele.
Bjs