14 novembro, 2010

Driblando a Adversidade



A capacidade do ser humano de superar adversidades é inacreditável.
E certos exemplos nos levam a acreditar que o ser humano não descobriu tudo de que é capaz. Também nos servem de exemplos para nossas próprias vidas.
Um desses é o pianista João Carlos Martins.

Começou a estudar piano aos 8 anos de idade.
Após 9 meses de aula vencia, com louvor, o concurso da Sociedade Bach de São Paulo.
Um prodígio.
Rapidamente ele desenvolveu uma carreira de pianista internacional.
Tocou nas principais salas de concerto do mundo.
Dedicou-se à obra de Bach.
No auge da fama, sofreu um grande revés.
Jogando futebol, sua outra paixão além da música, caiu sobre o próprio braço.
O acidente o privou dos movimentos da mão.
Para qualquer pessoa, uma tragédia.
Para ele, um desastre total.
Mas não se deu por vencido.
Submeteu-se a cirurgias, dolorosas sessões de fisioterapia, injeções na palma da mão.
E voltou ao piano e às melhores salas de concerto.
Com dor e com paixão.
Mas a persistência de Martins voltaria a ser testada.
Anos depois, vítima de um assalto na Bulgária, foi violentamente agredido.
Como conseqüência, teve afetado o movimento de ambas as mãos.
Para recuperar as suas ferramentas de trabalho, voltou às salas de cirurgia e à fisioterapia.
Conseguiu voltar ao amado piano mais uma vez.
Finalmente, em 2002, a seqüela das lesões venceu.
A paralisia definitivamente dominou suas duas mãos.
Era o fim de um pianista.
Afastou-se do piano, não da sua grande paixão, a música.
Aos 63 anos de idade, ele foi estudar regência.
Dois anos depois, regeu a Orquestra Inglesa de Câmara, em Londres.
Em um concerto, em São Paulo, surpreendeu outra vez.
Regeu o Nona Sinfonia de Beethoven, totalmente de cor.
Ele precisou decorar todas as notas da obra por ser incapaz de virar a página da partitura.
A platéia rompeu em aplausos.
Mas João Carlos Martins ainda tinha mais uma surpresa para o público naquela noite.
Pediu que subissem um piano pelo elevador do palco.
E, com apenas três dedos que lhe restaram, ele tocou uma peça de Bach.
A Ária da Quarta Corda foi originalmente escrita para violino.
É uma peça musical em que o violinista usa apenas a corda sol para executar a bela melodia.
Bom, Martins a executou ao piano com três dedos.
E, embora não fosse a sua intenção, a impressão que ficou no ar é que todos os presentes se sentiram muito pequenos ante a grandeza de João Carlos Martins.
Como Martins, existem muitos exemplos.
Criaturas que têm danificado seu instrumento de trabalho e dão a volta por cima, não se entregando à adversidade.
Recordamos de Beethoven, compositor, perdendo a audição e, nem por isso deixando de compor.
De Helen Keller, cega, surda, muda se tornando a primeira pessoa com tripla deficiência a conseguir um título universitário. Tornou-se oradora, porta-voz dos deficientes, escritora.

Pense nisso e não se deixe jamais abater porque a adversidade o abraça...
Pense: você a pode vencer...Vença-a.

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