11 abril, 2010

Tristeza e alegria

Tristeza, alegria, águas da mesma fonte. Uma amarga e escura, evitada. Outra doce e cristalina, sempre bem vinda, construímos barragens e canais, Para que a tristeza não nos banhe, Desviamos seu curso, em vão, Cedo ou tarde sentimos a sua força mais áspera e arredia do que antes. Por outro lado, sedentos abrimos dutos e rezamos para que caiam sobre nós rios de alegria. Recebemos cachoeiras como resposta. Ansiosos, bebemos o tanto que podemos. Às vezes sequer agradecemos. E, cegos para a sua impermanência, choramos ao vê-la por entre os dedos escorrendo. De imediato tornamos a desejar mais uma fonte que venha nos alegrar. Cansados de viver este ciclo aflitos, à mercê do tempo alguns negam estar sedentos. Mergulham num tremendo isolamento, sem água, sem um pingo de alegria. E sofrem por não conseguirem perceber que a alegria e a tristeza brotam juntas e deságuam em nossos corações, inevitavelmente. Cabe a nós apenas contemplar seu eterno dever, como um rio que nunca pára. E seja ele escuro ou cristalino... Cada um possui a sua beleza.
(Autor Desconhecido)

Nenhum comentário: