Tristeza, alegria, águas da mesma fonte.
Uma amarga e escura, evitada.
Outra doce e cristalina, sempre bem vinda, construímos barragens e canais,
Para que a tristeza não nos banhe,
Desviamos seu curso, em vão,
Cedo ou tarde sentimos a sua força mais áspera e arredia do que antes.
Por outro lado, sedentos abrimos dutos e rezamos para que caiam sobre nós rios de alegria.
Recebemos cachoeiras como resposta.
Ansiosos, bebemos o tanto que podemos.
Às vezes sequer agradecemos.
E, cegos para a sua impermanência, choramos ao vê-la por entre os dedos escorrendo.
De imediato tornamos a desejar mais uma fonte que venha nos alegrar.
Cansados de viver este ciclo aflitos, à mercê do tempo alguns negam estar sedentos.
Mergulham num tremendo isolamento, sem água, sem um pingo de alegria.
E sofrem por não conseguirem perceber que a alegria e a tristeza brotam juntas e deságuam em nossos corações, inevitavelmente.
Cabe a nós apenas contemplar seu eterno dever, como um rio que nunca pára.
E seja ele escuro ou cristalino...
Cada um possui a sua beleza.
(Autor Desconhecido)
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