21 abril, 2010

O amor e a Loucura

Em tempos atrás viviam duas crianças, um menino e uma menina, que tinham entre quatro e cinco anos de idade. O menino chamava-se Amor e a Menina Loucura. O Amor sempre foi uma criança calma, doce e compreensiva. Já Loucura era muito emotiva, passional e impulsiva, enfim, do tipo que jamais levava desaforo para casa. Entretanto com todas as diferenças as crianças cresciam juntas, inseparáveis; brincando, brigando...
Mas houve um dia em que o Amor não estava muito bem, e acabou cedendo às provocações de Loucura, com a qual teve uma discussão muito feia. Ela não deixava nada barato, estava furiosa como nunca com o Amor, começou a agredi-lo, mas não só verbalmente como de costume.
A menina estava tão descontrolada que agrediu o garoto fisicamente e, antes que pudesse perceber, arrancou os olhos do Amor. O Amor sem saber o que fazer, chorando foi contar à sua mãe, a deusa Afrodite, o que havia ocorrido. Inconsolada, Afrodite implorou à Zeus que ajudasse seu filho e que castigasse, Loucura.
Zeus, por sua vez, ordenou que chamassem a garota para uma séria conversa. Ao ser interrogada a menina respondeu como se estivesse com a razão que o Amor havia lhe aborrecido e que foi merecido tudo o que aconteceu.
Embora soubesse que não fora justa com seu amigo, a menina que nunca soube se desculpar concluiu dizendo que a culpa havia sido do Amor e que não estava nem um pouco arrependida. Zeus, perplexo com a aparente frieza daquela criança disse que nada poderia fazer para devolver a visão do Amor, mas, ordenou que Loucura estaria condenada a guiá-lo por toda a eternidade estando sempre junto ao Amor em cada passo que este desse. E até hoje eles caminham juntos, onde quer que o Amor esteja com ele estará Loucura, quase que fundidos numa só essência.
Tão unidos que por vezes não se consegue definir onde termina o Amor e onde começa a Loucura. E também por isso que usa-se dizer que o Amor é cego; mas isso não é verdade, pois o Amor tem os olhos da Loucura.

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