25 setembro, 2008

Quatro Meses...

Outro dia foi o aniversário da partida de uma senhora por muitos conhecida e muito querida.Algum tempo antes, chegando de uma das dezenas de consultasmédicas que já fizera, ela disse aos familiares: - Pedi franqueza à junta médica que me examinou,pedi-lhes que não me poupassemde saber a verdade sobre meu estado de saúde.Eu sinto que me resta pouco tempo. Diante dos olhares ansiosos, ela continuou: - Eles me revelaram que sou portadora de uma moléstia incurávele que minha previsão de vida é de aproximadamente 4 meses. ” E a senhora nos conta isso com essa naturalidade ? “,perguntou uma das filhas, em prantos. Continuou a senhora, com muita serenidade: - Ora, eu tenho um bom tempo para fazer tudo que já devia ter feito há muito. Arrumarei todos os meus armários, guardarei o que realmente usoe o resto jogarei fora ou doarei a quem precisa. Colocarei belas cortinas em todas as janelas e elas me impedirãode ficar olhando a vida alheia. Todos os dias tirarei o pó da casa e durante esse trabalho pensarei:” Estou me livrando das sujeiras que guardei do passado “ Evitarei ouvir e assistir más notícias e alimentarei o meu espíritocom leituras saudáveis, conversas amigáveis, dispensarei fofocase não criticarei a mais ninguém. Pensarei naqueles que já me magoaram e, com sinceridade, os perdoarei. Todas as noites agradecerei a Deus por tudo que estarei conseguindofazer nestes últimos 4 meses que me restam. Todas as manhãs, ao acordar, perguntarei a mim mesma:” O que posso fazer para tornar o dia de hoje um dia melhor? “E farei de tudo para transmitir felicidade àqueles que de mim se aproximarem. E a cada dia que passar farei pelo menos uma boa ação.Quatro meses são mais de 120 dias, portanto, quando eu fechar os olhospara nunca mais abri-los, eu terei feito no mínimo 120 boas ações. Todos que a ouviam, pouco a pouco se retiraram dali,indo cada um para um canto, para chorar sozinho. A mulher ali ficou e nos seus olhos havia um brilho de alegria.Pensava consigo mesma:” não posso curar meu corpo, mas posso mudar a vida que me resta “ Ela tinha uma grande tarefa:transformar seu mundo interior, tornar-se uma pessoatotalmente diferente do que já fôra - em apenas 4 meses -e conseguiu cumpri-la plenamente. Outro dia foi o aniversário da partida dessa senhora.O mais curioso dessa história é que,após a notícia dada aos familiares, ela viveu mais 23 anos. Ela curou a sua própria alma e sua moléstia desapareceu :ela morreu de velhice. Silvia Schmidt

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